02/12/2014

Note

I feel that pain on my chest
It has been during all life long
There is no medicine, there is no drug 
That kill or make this pain softly

I feel that fever on my body
It has been during all life long
There is no cold shower, there is no thing
To make it down or make me hold it better

Is hard-working believe that someone can survive
That someone could feel this so hard
Could feel anything so hard
They has been calling dramatic people

But only who feel this know
How hard is, how can this justify
Someone took a knife and hurt his own skin
Cause the pain inside is so so so bigger

The body is nothing then the capsule of the pain
Is where the pain hire yourself and turns someone crazy
The ones who is called dramatic thinks:
"If I could destroy the capsule, I would destroy the pain"

Fade to black

The shadow around my eyes
Show to everybody how I feel
Who I am
How I think.
The shadow around my eyes turns me in something without beauty
Someone who lost the highway to the Dreamland.
The shadow around my eyes scares me
'cause is the concrete prove that I am here
Is not a dream,
or even a nightmare.
The shadow around my eyes reminds me all the nights
That I've been wake up, staring the stars and asking why.
The shadow around my eyes symbolizes all the love that I gave yesterday to someone
All the calm that I've had.
The shadow around my eyes looks like the whole world that I've see.
The shadow around my eyes is the mark of my humanity, is myself and is nothing at all.

17/06/2014

Bamba

Meu amor era um bamba. Sabe quanto sofrimento isso é capaz de trazer? O bamba é uma figura mítica do samba, aquele gingado no pé, a leveza nos dedos e o coração de vai e volta. Não prende, não solta, só dá o passo, segue o compasso. Eu era apaixonada por um bamba, e chorava, chorava com todo samba que tocava. Ia dizer samba de amor, mas todo samba é de amor, tem dor que dá o tom do samba. Meu bamba entendia disso, brincava com isso, sorria isso. Ô sorriso melancólico, levava nesse sorriso todas as dores e alegrias do mundo, todo o erotismo que cabia ao samba. E eu sofria, pois não só eu via isso e não só pra mim ele sorria. Não se controla até onde vai o samba. Mas bem que eu queria ter o samba - e o bamba - só para mim.

17/05/14

Fico triste quando quero muito algo e não consigo. Choro horrores, faço biquinho e bato o pé. Mas esse drama todo é só com as supostas besteiras — um show de Gil, um pirulito em formato de coração, aquela máscara do Darth Vader. Choro aquele choro sofrido, que sacode o corpo com soluços e uma grande agonia por dentro. Chorei quando derrubaram minha família minhoca feita de massinha na oitava série. Chorei quando derrubaram um copo de água suja em cima de minha pintura, bem quando eu havia acabado. Chorei quando disseram que iam me dar aquele livro e não deram. Chorei quando meu pai disse que ia me pegar, me arrumei toda, mochila feita e esperando na escada e ele não apareceu e eu esperei por mais de duas horas em pé, do lado de fora, e ele não apareceu. Só ligou, dias depois, se desculpando e marcando de novo. Chorei todas as vezes durante 17 anos que ele fez isso. Choro muito, muito mesmo, quando cortam pela raiz minhas esperanças, meus desejos.
Só que não chorei quando você saiu daquela sala. Quando você me deu meu abraço de despedida. Na verdade, eu sorri.

18/05/14

'C fez aquela coisa. Aquela mesmo, que me revirou por dentro, me deu asias intensas, olheiras enormes e um leve gosto pelo café. Você fez aquelas anotações em letra horrorosa, aqueles comentários que eram para ser discretos, mas a sala toda ouviu. Fez aquele sorriso torto aparecer quando ficou corado com a excitação de ensinar. Fez aquele movimento estranho com as mãos, aquele tique no pé. Fez tanto que bagunçou o cabelo todo com as mãos inquietas. Tanto de coisa feita.

Coisa feita quer dizer feitiço.