17/06/2014

17/05/14

Fico triste quando quero muito algo e não consigo. Choro horrores, faço biquinho e bato o pé. Mas esse drama todo é só com as supostas besteiras — um show de Gil, um pirulito em formato de coração, aquela máscara do Darth Vader. Choro aquele choro sofrido, que sacode o corpo com soluços e uma grande agonia por dentro. Chorei quando derrubaram minha família minhoca feita de massinha na oitava série. Chorei quando derrubaram um copo de água suja em cima de minha pintura, bem quando eu havia acabado. Chorei quando disseram que iam me dar aquele livro e não deram. Chorei quando meu pai disse que ia me pegar, me arrumei toda, mochila feita e esperando na escada e ele não apareceu e eu esperei por mais de duas horas em pé, do lado de fora, e ele não apareceu. Só ligou, dias depois, se desculpando e marcando de novo. Chorei todas as vezes durante 17 anos que ele fez isso. Choro muito, muito mesmo, quando cortam pela raiz minhas esperanças, meus desejos.
Só que não chorei quando você saiu daquela sala. Quando você me deu meu abraço de despedida. Na verdade, eu sorri.

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