11/04/2013

Entre o Leblon e o Leme

Charlotte queimou a língua com o crepe misto. Sentada na área externa de uma creperia em copacabana, via os carros e as pessoas, uma imensa quantidade de turistas tirando fotografias e se sujando de areia. Deu mais uma mordida dístraida. Não sabia porque falava deles, sendo que ela também fez isso quando foi à Florianópolis no ano passado. Ou será que foi o retrasado? Foi ai que ele apareceu. Vinha andando quando virou o rosto e parou no meio do calçadão, sem desviar os olhos dos dela. Uma agonia imensa a tomou, algo quente, muito mais quente que o queijo que ainda não tinha engolido. Mais quente até que o crepe que jazia no prato, esquecido.

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