08/04/2013

Fome

Charlotte tem fome de carência. Convalescendo em sua cama, o gesso coçando no tornozelo, foi o único jeito que conseguiu nomear aquele embrulho persistente no estômago, uma agonia que subia até a garganta e que ela engolia à cada vez com mais dificuldade. Sabia que se ousasse dar atenção à essa fome, choraria. E bailarinas não choram. "Mas bailarinas também não podem torcer o tornozelo e voltar ao que era antes!" 
Pôs-se à chorar.

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