06/04/2013

Independência


Na falta do que fazer, inventei minha liberdade, dei aquele arroto bem grande, tirei a bunda da cadeira e comecei a trabalhar. Embalei para a doação as roupas que eu odiava, lavei meu cabelo e soltei meus cachos, peguei papel crepom e esfreguei até sair a tinta na minha calça branca. Quebrei meus saltos, fiz cabides. Liguei para o meu amor, dei um alô e um beijo - assustado, ele ficou, nem sabia do meu desejo! Corri pela rua, ri da cara do pessoal na academia, peguei um ônibus, fui ver o mar, molhei a calça jeans, droga, vai ficar me machucando. Peguei um táxi, invadi a casa de uma amiga, lemos Sartre, ouvimos axé, bebemos. Olha, eu quero te ver amor, to livre agora, se importa? Não, não se importa. vamos sair, vamos naquele barzinho que tu gosta, você sabe que eu sempre to com fome. Ah, e daí, amanhã é outro dia, amanhã a gente inventa nossa vez de novo! Paga o táxi, Elis, to indo atrás dele, liga não, mas tu se vira lá né? Amigo é pra essas coisas, não, Elis, vo fazer besteira não, to livre.

- Prometo que sexta eu começo, independência da pátria, independência de mim. 04/09/2012

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